quinta-feira, 20 de julho de 2017

Curiosidades linguísticas — parte 2

Olá a todos! Hoje trarei mais algumas curiosidades dos idiomas falados ao redor do globo. Na primeira parte postei alguns dos mais falados e conhecidos (ou não) e agora mostrarei mais algumas coisas interessantes sobre idiomas. Esse post tá um pouco mais trabalhado que o anterior, na minha opinião. Devia ser parte 2.0 (kkkkk)! Let's go, folks!


Letão: língua báltica cuja única parente ainda viva é o lituano, essa língua conta com particularidades no mínimo surpreendentes: vários idiomas tem vogais longas e curtas, certo? Certo! Outros tem consoantes longas, verdade? Verdade! Agora imagina aí uma língua que tem as duas... Ei-la aqui!!! Porque não basta só ter vogais longas, é preciso que as consoantes também sejam assim. Abaixo temos um vídeo do alfabeto. Acho lindo a letra O pronunciada como "ua". Outro ponto: só as vogais longas são letras separadas no alfabeto desse idioma, as consoantes longas não.



Livoniano: infelizmente é uma língua quase extinta (a última falante realmente fluente morreu em 2013). É falada na Letônia e estão tentando revivê-la, mas além de ser um grupo pequeno essas pessoas tem nível no máximo B1 ou B2. Esperemos que dê certo! Esse idioma tem alfabeto e pronúncia bem curiosas. Na foto abaixo tem as letras com a respectiva pronúncia (com direito a transcrição fonética) e o link com mais informações (em inglês). Poucas vezes vi uma língua com tantos sons vocálicos. Preparados?

Imagem: http://www.omniglot.com/writing/livonian.htm

Finlandês: a parente mais próxima do estoniano e (nem tanto) do húngaro tem apenas 14 casos, o mesmo que sua prima mais próxima (algumas palavras são quase iguais entre as duas) e quatro a menos que a prima mais afastada. Muitos deles poderiam ser resumidos a dois: locativo e instrumental. Afinal é difícil decorar tantas terminações pra ter noção se algo está em cima ou em baixo ou se vem de dentro pra fora e vice-versa. É tida como uma das línguas mais difíceis de ser aprendida e uma de suas marcas registradas é o R bem vibrante (lindo!). Assim como muitos outros idiomas parece mais 'palpável' quando cantado (sem ofensa!).

Irlandês: também conhecido como gaélico irlandês ou só gaélico (Gaeilge), é uma língua de origem celta e junto com o inglês é língua oficial da Irlanda. Sabe aquela língua que se escreve de um jeito e se fala de outro? Talvez muitos digam francês... Também, mas no caso do gaélico o buraco é bem mais embaixo, kkkkk! Brincadeiras à parte, é uma língua muito interessante que infelizmente não é muito falada na Irlanda apesar de o governo da ilha ter tornado obrigatório seu estudo. Para mais informações, consultem o link: https://briogaledon.wordpress.com/2012/06/11/introducao-ao-irlandes-alfabeto-e-pronuncia/

Árabe: falado ao redor do mundo por mais de 400 milhões de pessoas é uma língua que exige dedicação, esforço e tempo da parte do aprendente (algo em torno de 90% transpiração e 10% respiração). Além de ter muitas variações (egípcio e libanês são dois exemplos). Deve-se ler da direita pra esquerda (assim como o hebraico). Li certa vez que o lado direito do cérebro deixa o esquerdo trabalhando sozinho durante o aprendizado desse idioma. Não vou lembrar a fonte pois li isso faz muito tempo mas não duvido que seja verdade... E isso não é preconceito ou ofensa! Admiro quem queira aprendê-lo.

Cantonês: se dominar o mandarim já é difícil, imagine essa: um dos dialetos mais conhecidos do que chamamos chinês (na verdade, segundo alguns linguistas, uma família de dialetos) tem 6 tons! Mais difícil que o mandarim que só tem 4... No entanto o cantonês soa mais melódico que o mandarim (será por ter mais tons?). Falar e escrever em cantonês não é com certeza tarefa fácil mas nada que muuuuuita persistência não possa fazer.

Ido: é uma língua gerada a partir do esperanto (tanto que a palavra ido significa 'descendente'). Depois de desentendimentos sobre como deveria ser o projeto de construção da língua internacional tão almejada por vários intelectuais surgiu essa língua bastante similar ao esperanto. Tem bem menos falantes que esta última porém os falantes de uma podem facilmente ser entendidos pelos da outra (mais ou menos como galego e português, mas talvez sejam ainda mais próximas). Uma das diferenças é o uso de todas as letras do alfabeto latino no ido, algo que não ocorre no esperanto, o qual não usa Q, X, W e Y. Além disso a primeira não usa diacríticos e há também diferenças gramaticais e vocabulares entre ambas.

Dothraki: a primeira língua criada para o aclamado seriado Game of Thrones. Assim como o esperanto é uma língua inventada. Toda a gramática e estrutura da língua é adaptada à história e sua fonologia deveria ser facilmente aprendida pelos atores (exigência da HBO, canal que transmite a série). Pra alguns pode soar como árabe mas os falantes desse idioma não vão concordar (palavras do criador do dothraki, David J. Peterson). Devido ao enorme sucesso de GoT há um crescente interesse em aprendê-lo. Aqui temos uma amostra da língua falada (com certeza os fãs irão ao delírio).



Grego: se existe um idioma que influenciou vários desde tempos imemoriais esse é o grego. Na Antiguidade esse idioma influenciou fortemente o latim (era a língua do mundo naqueles tempos) e assim temos nas línguas românicas muitas palavras de origem helênica. Claro que não dá pra chamar as neolatinas de línguas greco-românicas por uma boa razão: a estrutura da gramática veio do latim e não do grego. Sem dúvida é uma língua interessantíssima e até hoje pouco mudou mesmo com vários dialetos mudando radicalmente uma mesma palavra (como em várias línguas) e mais de 2000 anos de uso prático.

Islandês: palavras enormes e quase impronunciáveis, sem dialetos e uma das mais puras (se não A mais pura) do mundo. Assim é o islandês, uma língua que praticamente não mudou desde os primeiros registros escritos. É falada na Islândia, tida como das mais difíceis (se não A mais difícil, particularmente não concordo) de aprender e - por incrível que pareça - prima do inglês. Conserva em seu alfabeto duas letras derivadas do antigo alfabeto rúnico (þ e ð) e tem um caráter muito conservador (ou seja, estrangeirismos quase nunca são bem vindos) que visa principalmente manter a pureza da língua. E eles conseguem!

Como podem ver as línguas tem particularidades que vale a pena conhecer. Espero que curtam essa segunda parte. Em outras postagens trarei mais curiosidades de outras línguas ao redor do globo. Amantes dos idiomas, uni-vos! Até mais, pessoal!

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