SINTO FALTA
Sinto falta de tanta coisa... por exemplo, eu
Sinto falta de conversas intermináveis.
Sinto falta de ligações e mensagens.
Sinto falta de muitas das coisas que eu fazia antes e que agora ficaram no esquecimento.
Ou talvez o vento as tenha levado pra longe,
pra um lugar onde estão guardadinhas, intactas,
e não podem ser encontradas a não ser num ou noutro momento de distração.
Sinto falta das músicas ouvidas nas épocas mais felizes e inocentes da minha vida.
Sinto falta de melodias dançantes e de calmarias inquietantes.
Sinto falta do coração oxigenando pulsações apaixonadas.
Sinto falta de risadas escandalosas e frases sem significado.
Sinto falta de rir e chorar sem motivo (pra quê motivo, né?).
Sinto falta de sentimentos intensos. de absurdos sem nexo.
Sinto falta de paredes nuas e de verdades cruas.
Sinto falta do azul e do vermelho, do amarelo e do verde, do preto e do cinzento.
E por quê não dizer que também do branco?
Sinto falta de sons ao longe e de sensações inexplicáveis ao perto.
Sinto falta das estórias das fábulas e suas lições de moral.
Sinto falta dos interrogatórios com perguntas repetitivas, do nada com coisa nenhuma,
do trivial e do sofisticado, do conciso e do prolixo, das carroças e das caravanas.
Sinto falta dos cabelos azuis, dos topetes vermelhos.
Sinto falta da sensibildade perdida, da palavra adormecida no fundo do baú das memórias.
Sinto falta dos beijos sufocantes e dos abraços cheios de braços,
das carícias inocentemente ousadas e ousadamente inocentes,
dos corpos unidos e amantes ao som único e exclusivo que tem o amor entre duas pessoas.
Sinto falta da mostarda e do catchup, da maionese e da vinagrete.
da torta dançosa da Mamãe Gansa, do chiclete que insiste em grudar no céu da boca,
do chocolate e da pimenta, do morango e da laranja.
Sinto falta dos espelhos e das imagens contemplativas que ele expõe.
Sinto falta das estátuas pensativas e dos sustos decorridos das loucas idéias,
dos acontecimentos oníricos, aqueles que só existem no mundo dos sonhos.
Sinto falta das aventuras não vividas e dos personagen não conhecidos,
das coisas que aconteceram e das que deixaram de acontecer,
do sol da meia-noite e do luar em plena luz do dia.
Sinto falta dos beija-flores com suas asas velozes, do ronronar e do arrulhar.
Sinto falta do tudo e do nada, do ''isso'' e do ''aquilo'', das abelhas e das vespas.
Sinto falta dos camelos e dos coelhos, dos latidos e dos miados.
Sinto falta das preciosidades emolduradas, das molduras antigas dos quadros da existência.
Sinto falta das traduções próprias e das curiosidades descobertas ao acaso,
das viagens sem destino prévio, das fortalezas históricas com suas histórias fantasiosas.
Sinto falta de divagar sobre coisas interessantes
e também sobre coisas nem tão interessantes assim.
Sinto falta de danças primitivas, de balançar o esqueleto selvagem e malucamente.
Sinto falta das viagens a lugares exóticos e inexplorados.
Sinto falta do que só eu e ninguém mais sente falta.
Resumidamente, acredito que...
Sinto falta de sentir falta!!!
Bem, pessoal... acho que isso é tudo por hoje. É bom poder dividir um pouco dos meus exageros com vocês. É uma terapia! Acredito que o será também pra vocês. Até mais, pessoal!
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