quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Sinto falta

Olá a todos! Depois de um breve (nem tanto assim) período de hiato, postando apenas traduções (mesmo elas me dizendo algo e acredito que dizendo algo também a vocês) e etc e tal, hoje postarei um texto de minha autoria. Um poema, pra ser mais exato. Nem sei se vou fazer isso direito mas vou tentar costurar as frases soltas que me aparecem na cabeça fazendo algo que se torne interessante. Espero que gostem. Apreciem!

SINTO FALTA

Sinto falta de tanta coisa... por exemplo, eu
Sinto falta de conversas intermináveis.
Sinto falta de ligações e mensagens.
Sinto falta de muitas das coisas que eu fazia antes e que agora ficaram no esquecimento.
Ou talvez o vento as tenha levado pra longe,
pra um lugar onde estão guardadinhas, intactas,
e não podem ser encontradas a não ser num ou noutro momento de distração.
Sinto falta das músicas ouvidas nas épocas mais felizes e inocentes da minha vida.
Sinto falta de melodias dançantes e de calmarias inquietantes.
Sinto falta do coração oxigenando pulsações apaixonadas.
Sinto falta de risadas escandalosas e frases sem significado.
Sinto falta de rir e chorar sem motivo (pra quê motivo, né?).
Sinto falta de sentimentos intensos. de absurdos sem nexo.
Sinto falta de paredes nuas e de verdades cruas.
Sinto falta do azul e do vermelho, do amarelo e do verde, do preto e do cinzento.
E por quê não dizer que também do branco?
Sinto falta de sons ao longe e de sensações inexplicáveis ao perto.
Sinto falta das estórias das fábulas e suas lições de moral.
Sinto falta dos interrogatórios com perguntas repetitivas, do nada com coisa nenhuma,
do trivial e do sofisticado, do conciso e do prolixo, das carroças e das caravanas.
Sinto falta dos cabelos azuis, dos topetes vermelhos.
Sinto falta da sensibildade perdida, da palavra adormecida no fundo do baú das memórias.
Sinto falta dos beijos sufocantes e dos abraços cheios de braços,
das carícias inocentemente ousadas e ousadamente inocentes,
dos corpos unidos e amantes ao som único e exclusivo que tem o amor entre duas pessoas. 
Sinto falta da mostarda e do catchup, da maionese e da vinagrete.
da torta dançosa da Mamãe Gansa, do chiclete que insiste em grudar no céu da boca,
do chocolate e da pimenta, do morango e da laranja.
Sinto falta dos espelhos e das imagens contemplativas que ele expõe.
Sinto falta das estátuas pensativas e dos sustos decorridos das loucas idéias,
dos acontecimentos oníricos, aqueles que só existem no mundo dos sonhos.
Sinto falta das aventuras não vividas e dos personagen não conhecidos,
das coisas que aconteceram e das que deixaram de acontecer,
do sol da meia-noite e do luar em plena luz do dia.
Sinto falta dos beija-flores com suas asas velozes, do ronronar e do arrulhar.
Sinto falta do tudo e do nada, do ''isso'' e do ''aquilo'', das abelhas e das vespas.
Sinto falta dos camelos e dos coelhos, dos latidos e dos miados.
Sinto falta das preciosidades emolduradas, das molduras antigas dos quadros da existência.
Sinto falta das traduções próprias e das curiosidades descobertas ao acaso,
das viagens sem destino prévio, das fortalezas históricas com suas histórias fantasiosas.
Sinto falta de divagar sobre coisas interessantes
e também sobre coisas nem tão interessantes assim.
Sinto falta de danças primitivas, de balançar o esqueleto selvagem e malucamente.
Sinto falta das viagens a lugares exóticos e inexplorados.
Sinto falta do que só eu e ninguém mais sente falta.
Resumidamente, acredito que...
Sinto falta de sentir falta!!!

Bem, pessoal... acho que isso é tudo por hoje. É bom poder dividir um pouco dos meus exageros com vocês. É uma terapia! Acredito que o será também pra vocês. Até mais, pessoal!

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