domingo, 23 de fevereiro de 2014

Gente que gostaríamos de ter conhecido: Giorgio Perlasca

'Não pude resistir à visão de um povo que era marcado como animal, a ver crianças assassinadas. Não creio que eu tenha sido um heroi'.


Olá a todos! Inicio hoje uma seção interessante que trará alguns personagens desconhecidos da grande maioria mas que marcaram a História de uma forma ou de outra. Essa seção chama-se 'Gente que gostaríamos de ter conhecido' e inauguro com Giorgio Perlasca. Ele salvou 5218 judeus húngaros das garras dos nazistas durante a II Guerra Mundial. Aompanhemos.


Perlasca nasceu em Como (Itália) em 1910 e mudou-se com sua família para Maserà (também na Itália). Aderiu ao fascismo na adolescência, lutou na África Oriental (II Guerra Ítalo-Abissínia) e na Guerra Civil Espanhola (Corpo Truppe Volontari) mas desiludiu-se com o governo de Mussolini depois que a Itália se aliou à Alemanha baixando leis antissemitas e racistas. Mas vamos agora à história do seu grande feito.

Cena do telefilme italiano 'Perlasca - Un Eroe Italiano'

Perlasca é preso na Hungria (onde trabalhava numa importadora), é socorrido pelo embaixador espanhol Ángel Sanz Briz e passa a trabalhar pra ele. Depois de algum tempo o governo da Espanha diz que o diplomata saia de Budapeste (capital húngara) o mais rápido possível. Então Sanz Briz se empirulitou do país e não deixou substituto. Aí veio o golpe de mestre do italiano: ele falsificou seus documentos e num passe de mágica se tornou o 'embaixador' espanhol Jorge. Convencendo os nazistas de que era o substituto do verdadeiro embaixador ele emitiu salvo-condutos a rodo à comunidade judaica da Hungria e transformou os imóveis da embaixada em 'casas seguras' onde escondeu, alimentou e protegeu 5218 pessoas. Com a expulsão dos alemães do território húngaro e sua ocupação pelos soviéticos, nosso amigo revelou seu maior brilhantismo: ele simplesmente queimou os documentos falsos, 'matando' Jorge e tornando-se novamente Giorgio. Então viveu modestamente na Itália sem revelar nem mesmo à família toda sua ação humanitária durante um dos períodos mais dolorosos da História. Nesse caso, os fins justificaram os meios!


Claro que as pessoas que ele salvou jamais se esqueceram sua benfeitoria. Ele foi encontrado na década de 80 e recebeu todas as homenagens e honrarias que mereceu (entre elas ser condecorado por Itália, Hungria, Espanha e Israel). Em Israel ele recebeu o título 'Justo Entre as Nações' e como todos os outros que receberam tal honraria teve uma oliveira plantada em sua homenagem e na Itália a emissora estatal italiana RAI exibiu em 2002, por ocasião do Dia da Memória, 'Perlasca - Un Eroe Italiano' (Perlasca - Um Heroi Italiano, em português), um telefilme sobre suas atividades durante o conflito, com o ator Luca Zingaretti no papel principal. Morreu em 1992 de ataque cardíaco.

Selo em homenagem a Giorgio Perlasca

FONTES: Wikipédia (versões portuguesa e italiana) e revista Superinteressante (matéria 'Quando a arma era de papel', de junho de 2011).

Pessoas assim merecem nosso respeito sempre. São enviados dos Céus pra proteger os inocentes mesmo que não acreditem ou aceitem isso. Quando perguntado porque fez tudo o que fez ele respondeu com a fala que abre esse post. É de pessoas assim que o mundo precisa e está carente hoje em dia. Então, quem aí não gostaria de ter conhecido Giorgio Perlasca? Até mais, pessoal!

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Admita, você também é machista!


Olá a todos! Dia desses li uma matéria sobre a entrevista de um ator onde suas palavras foram interpretadas como machistas e comecei a pensar no assunto. Tenso... A matéria dizia que até mulheres são machistas. Minhas aulas de literatura na faculdade (yeah!) também contribuíram pra essa reflexão. É ótimo refletir sobre assuntos espinhosos, você chega a conclusões bem interessantes. Uma delas é que a maior parte das mulheres é sim machista! Talvez seja pelos anos de opressão sofrida por elas por conta do poder masculino imposto por milênios mas não é isso que está em discussão. Quanto aos homens, hoje não são todos. Mas antigamente... Muitos de vocês pelo menos já ouviram falar da separação de famoso casal de atores pois ele teria traído a esposa com outra atriz. Bem, a moça foi tachada de 'destruidora de lares' pra baixo. Já ele não sofreu um único arranhão na imagem. Por quê? Hein? Hum? Respondo: a sociedade brasileira (não só) é machista. Desde Eva a mulher sempre foi considerada culpada e portadora da maldade. Só não devemos esquecer que Adão não foi obrigado a comer o fruto proibido. Ele comeu porque quis! Muitos homens e também várias mulhers (não tapemos o sol com a peneira) consideram a mulher culpada se algo acontece de ruim. Uma traição (também não está em discussão se o ator realmente traiu ou não a mulher) não acontece unilateralmente: ou seja, uma pessoa nao trai sozinha! Existe muito preconceito e machismo na sociedade desde que o homem se tornou sedentário lá no tempo das cavernas (talvez a única exceção tenha sido Creta pois lá uma mulher tinha os mesmos direitos de um homem). Esse pensamento geral das organizações sociais como as conhecemos foi moldado por homens. E as mulheres acabaram aceitando isso como natural. Vemos muitos falsos puritanos falando mal do vestir de algumas pessoas: se a menina tá com uma roupa curta (leia-se curtíssima) vão logo dizer que é periguete, que quer se mostrar, que é fácil e tá pedindo todo mundo sabe o quê, etc e tal. A reprovação sempre virá. Já se for um cara sarado e descamisado vão falar o quê? Claro que esses puritanos de araque vão dizer que ele é um exibido que quer se mostrar. Mas com uma ponta de inveja e desdém, porém aprovação (e porque não dizer, louvação). Bando de hipócritas! Voltando à matéria que li, o ator reproduziu conceitos enraizados durante séculos, tão enraizados que parece que estão incorporados ao nosso DNA. Concordo que uma pessoa pública realmente tem que pensar trocentas vezes no que e em como vai dar uma declaração à imprensa (que algumas vezes deturpa o que a pessoa quis dizer) mas é a opinião dele e opiniões devem ser respeitadas por mais que não se concorde com elas. Não estou sendo advogado dele só que também não o estou condenando. O fato é que no final todo mundo acaba sendo machista em maior ou menor grau. E tenho dito!

Eis o link da matéria que li, ela faz mesmo refletir sobre esse tema tão espinhoso:
http://br.mulher.yahoo.com/blogs/preliminares/guilherme-leicam-o-laerte-em-fam%C3%ADlia-e-besteiras-085448633.html

E vocês aê, exagerados, o que tem a dizer sobre o tema? Até mais, pessoal!

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Wojtek, o urso soldado

Olá a todos! Hoje trago-lhes a interessante história de Wojtek, o urso soldado. Não, vocês não leram errado: um URSO de verdade. Não é todo dia que a gente se depara com uma dessas... Seu nome significa 'guerreiro sorridente' em polonês. Enfim, sem mais delongas dou a conhecer a incrível trajetória do urso soldado (e não é enredo de desenho animado!). Vocês vão se amarrar!

Wojtek e um de seus tratadores durante a II Guerra

O ano era 1942: Um garoto encontra um filhote de urso-siríaco (foto e descrição logo mais abaixo) próximo à cidade de Hamadan (Irã) e o vendeu aos soldados da 22ª Companhia de Suprimentos de Artilharia do Exército Polonês estacionada no local em troca de algumas latas de carne. Tornou-se atração de soldados e civis e foi listado entre os soldados poloneses. Quando filhote, o mascote enfrentava dificuldade de engolir. Então seus tratadores lhe 'deram mamadeira', de leite condensado usando uma garrafa vazia de vodca. Depois foi alimentado com frutas, melaço, marmelada e mel e era presenteado com cerveja (que virou sua bebida favorita) e cigarros (os quais fumava e comia). Brincava de luta (imaginem um abraço de 250 kg de alguém com 1,80m) e saudava quando cumprimentado. Como um autêntico soldado ele dormia em tendas junto com os outros homens ou em uma caixa de madeira feita sob medida.


Dizem as várias testemunhas que Wojtek ajudava seus tratadores a transportar munição para a frente de batalha sem derrubar nenhuma caixa (incrível, que urso é esse!) durante a Batalha de Monte Cassino (Itália). Antes ele havia passado por Iraque, Síria, Palestina e Egito. Tamanha popularidade fez com que o Quartel General autorizasse o uso de uma efígie de um urso segurando um projétil de artilharia (foto acima) como emblema oficial da agora 22ª Companhia de Transportes. Com o fim da II Guerra, o animal foi transportado para a Escócia, onde virou sensação entre imprensa e moradores locais (afinal não é todo dia que se vê um soldado de quatro patas assim tão de perto) e foi admitido na Associação Polaco-Escocesa. Após a desmobilização, em 1947, foi doado ao Zoológico de Edimburgo e era visitado por jornalistas e ex-companheiros de batalha. Alguns lhe forneciam cigarros. Morreu em 1963, com mais ou menos 250 kg e 1,80m de altura.

Exemplar de urso-siríaco no Zoológico de Jerusalém

Este é um exemplar de urso-siríaco, uma sub-espécie de urso pardo nativo do Oriente Médio. Lindo, né? É a menor das sub-espécies desse grupo e sua pelagem é mais clara, podendo ser castanho-claro ou castanho-bege. Foi extinto em Israel e na Jordânia (que pena!) mas ainda pode ser visto nas montanhas da Síria, do Libano, partes do Irã e talvez no Iraque e no Afeganistão. Em alguns foi substituído por outras espécies como o urso-tibetano ou o urso-do-Himalaia.

Esse texto foi adaptado da nossa querida e amada mestra Wikipédia, a enciclopédia livre. Claro que incluí uns toques meus, pois não iria me propor a contar essa história meramente copiando-a. Mas a trajetória de Wojtek me suscita uma petgunta: será que os animais são mesmo irracionais? A julgar pelo presente caso, fica difícil dizer com certeza... Se antas podem abrir portas porque um urso não pode descarregar munição numa batalha? Talvez irracionais sejam os humanos que estão acabando com a natureza! Em posts posteriores trarei outras histórias curiosas como a de Wojtek. Até mais, pessoal!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O que é respeito?



Olá a todos! O que vocês pensam ao ouvir a palavra respeito? Obediência? Submissão? Obrigação?Consideração? Medo? Todas ou nenhuma das anteriores? Talvez seja difícil responder a essa questão. Mas uma coisa é certa: não pode ser forçado, senão não vale. Uma das minhas certezas é que respeito não se impõe, se conquista. E também não dá pra ser unilateral, não vai dar certo. Às vezes alguém vem e simplesmente fica tagarelando no seu ouvido quando você não quer ver ninguém. Aí ela te deixa com uma bela dor de cabeça, você se irrita, esbraveja e ela ainda te diz que você tá intratável. Como assim produção?! A criatura tirou tua paciência e te deixou nessa situação pois ela não respeitou nem você nem seu momento de isolamento e você não precisa se violentar sendo forçosamente educado quando quer mais é chutar o pau da barraca. O desrespeito pode ser bastante prejudicial, então não custa tentar exercitar a prática do respeitar. A foto aí de cima pode não parecer à primeira vista mas é um exemplo de respeito às diferenças. Você não concorda com um pensamento diferente do seu? Beleza! Você não é obrigado/a a concordar mas respeito é sempre fundamental. Se todos concordassem com todos nunca seríamos livres, mas sim marionetes. Como diria Voltaire, posso não concordar com nenhuma das palavras que você diz mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las. Isso se chama respeito! Alguns dizem que o francês nunca proferiu tais dizeres, mas quem se importa? O importante é a mensagem. Tudo bem que isso não ocorre sempre mas devemos respeitar até pra evitar problemas maiores lá na frente. Concluo com a pergunta inicial: o que vocês pensam ao ouvir a palavra respeito? Até mais, pessoal!