Henriette Rosine Bernardt nasceu em Paris em 22/10/1844 filha de uma cortesã holandesa de origem judia chamada Julie Bernardt. Seu avô, Moritz, era um comerciante de Amsterdã. A atriz passou seus primeiros quatro anos de vida na Bretanha em companhia de uma babá, de forma que a língua de sua primeira infância foi o bretão. Nesse tempo ela sofreu um acidente que anos depois viria a lhe acarretar vários problemas: caiu de uma janela e quebrou a patela (osso do joelho) direita que ficou frágil pelo resto da sua vida mesmo tendo ela se curado. Sarah queria se tornar freira mas a mãe (que tinha um salão onde recebia seus clientes) tratou de a inserir no ambiente mundano e fazer dela uma cortesã. Um desses clientes era o Duque de Morny, meio-irmão de Napoleão III da França (que segundo alguns seria seu pai biológico) e através dele ela ingressou no Conservatoire de Musique et Déclamation em 1859 e alguns anos depois no Comédie-Française, de onde foi expulsa depois de esbofetear uma das atrizes principais. Mas a fama só viria 10 anos depois: ela interpretou um homem na peça Le Passant e a partir daí seu sucesso só aumentou, principalmente depois que atuou na peça Ruy Blas, de Victor Hugo. Depois passou 6 semanas atuando na Inglaterra e decidiu viajar o mundo. Atuou tanto em teatros grandes como pequenos em quase todo o globo, exceto na Ásia. Durante a Guerra Franco-Prussiana ela fez do Odéon (de onde era contratada) um hospital para os feridos.
Maurice Bernhardt. Imagem: www.geneanet.com |
Louise Abbema. Imagem: Wikipédia |
Sua vida pessoal não foi fácil: tinha uma relação não muito boa com a mãe e sempre buscou atenção e carinho por parte dela. Sarah sentia predileção por sua irmã mais nova Régine e tentou livrá-la da sina de se prostituir porém ela acabou se tornando uma aos 13 anos. Faleceu aos 18 de tuberculose. Teve um único filho, Maurice, fruto de um rápido romance com Henrique, Príncipe de Ligne. Teve também outros amantes e há quem diga que se envolveu com outra mulher: a pintora Louise Abbema. Chegou a se casar com Jacques Damala (pseudônimo do ex-oficial militar e ator grego Aristides Damala) mas o casamento naufragou rapidamente mesmo durando até a morte dele. Também não era uma pessoa religiosa.
Foi a primeira atriz-empresária do mundo do espetáculo ao arrendar o Teatro Ponde Saint-Martin e foi também uma das pioneiras do cinema. Sua vida daria um grande revés em 1905: durante uma de suas encenações no Brasil, a atriz sofreu um acidente e bateu justamente o joelho que havia quebrado na infância. Dez anos depois Sarah teve que amputar a perna devido às fortes dores que sofria desde então. Mesmo sem uma das pernas não deixou de atuar: visitou os soldados na frente ocidental e saiu em turnê pelos EUA por 18 meses e depois do fim da guerra, pela Europa. E nunca usou próteses! Em 1920 publicou um romance chamado Petite Idole que despertou algum interesse já que a heroína é uma idealização da própria Sarah. Executou apenas produções próprias até a morte, em 1923. No ano em que morreu ela rodava o filme (produzido por Hollywood e filmado em sua própria casa em Paris) La Voyante, e durante as filmagens ela teve várias síncopes.
FONTES: 'Wikipédia', site 'O Portal da História - Biografias' e 'www.geneanet.com'.
A vida não é mesmo fácil, minha gente. Então: gostaram de conhecer a vida dessa mulher fascinante? Uma vida levada com paixão pelo que fazia. Pode não ter sido completamente feliz, mas felicidade talvez seja apenas um ponto de vista... Até mais, pessoal!
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