sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Casamentos morganáticos

Olá a todos! Hoje trago um assunto que vai interessar a quem gosta de histórias da realeza: os casamentos morganáticos de alguns de seus membros. Aqui teremos seis exemplos mas existem muitos outros mais. Vamos conhecê-los?



PEDRO DE ALCÂNTARA DE ORLÉANS E BRAGANÇA
E ELISABETH DOBRZENSKY DE DOBRZENICZ

Pedro e Elisabeth. Imagem: site Conservadorismo do Brasil
No início do século passado o príncipe resolveu casar com a condessa tcheca e teve a reprovação da mãe, a Princesa Isabel, pois a noiva não vinha de uma Casa Real ou Imperial. Para a princesa, a nora era apenas a filha de um conde que usava um título 'de cortesia'. O moço teve que assinar um documento abdicando dos direitos de sucessão (ele era o príncipe herdeiro) em favor do irmão mais novo Luís Maria Filipe. Os descendentes do distinto casal hoje formam o ramo não-dinástico de Petrópolis.

ALEXANDRE II DA RÚSSIA E CATARINA DOLGORUKOVA

Imagem: blog Os Romanov
O czar já havia conhecido sua mais duradoura amante (e ao que parece o amor da sua vida) quando ela tinha 12 anos mas acabou esquecendo o fato pois ela ainda era uma menina. Voltaram a se ver quando a moçoila tinha 16 anos e sua beleza encantou Alexandre. Ele era casado com Maria Alexandrovna e tentou ser discreto em seu romance com Dolgorukova porém... como conseguir isso sendo alguém para quem todos os olhos se voltam? Além do mais ela teve o terceiro filho com o imperador no Palácio de Inverno! Quando Maria morreu de tuberculose em 1880 a primeira coisa que Alexandre fez foi converter a amante em esposa cerca de um mês depois de enviuvar! Os filhos legítimos ficaram loucos da vida com o enlace mas o czar se justificou dizendo que temia ser assassinado antes e deixar Catarina sem nada. Ele permaneceu governando a Rússia ao contrário de outros que ousaram fazer o mesmo e foram banidos do país (afinal como um mandatário se exilaria a si mesmo?). Depois que Alexandre morreu Catarina foi embora do Palácio de Inverno e foi morar em Paris recebendo uma pensão de 3,4 milhões de rublos. No entanto faleceu 41 anos depois quase na miséria. Seus descendentes detem o título de Príncipe Yurievsky e Princesa Yurievskaya (herdados da mãe).

TATIANA CONSTANTINOVNA ROMANOVA E
CONSTANTINO ALEXANDROVICH BAGRATION-MUKHRANSKY

Constatino e Tatiana no dia do casamento. Imagem: Wikipédia

Tatiana era filha de Constantino Constantinovich Romanov, primo de Nicolau II. Em 1911 ficou noiva de Constantino Bagration e o pai dela foi falar com o czar e a czarina a fim de que o casamento não fosse considerado morganático pois o noivo não pertencia a uma família dinástica. O casal imperial, segundo o diário do grão-duque, garantiu que o matrimônio não seria visto como tal pois a Casa Bagration (da Geórgia) um dia já foi reinante. Assim sendo o casamento foi considerado dinástico mas achei interessante listá-lo. Os dois se casaram e tiveram dois filhos, Teymuraz e Natália. O príncipe georgiano assinou como Príncipe Gruzinsky (Georgiano). Constantino (o marido) morreu em 1915 durante uma batalha em plena 1ª Guerra. Mais tarde ela casou de novo mas enviuvou poucos anos depois.

NICOLAU GUILHERME DE NASSAU E NATÁLIA ALEXANDROVNA PUSHKINA


O príncipe de Luxemburgo casou em Londres com Natália, neta do poeta russo Pushkin. Seus filhos não poderiam herdar os títulos ou a posição do pai. No entanto Natália recebeu o título de Condessa de Merenberg do príncipe Jorge Vítor de Waldeck e Pyrmont. Sua filha Sofia, assim como os pais, também se casaria morganaticamente com Miguel Mikhailovich da Rússia. O grão-duque Adolfo de Luxemburgo, tio de Sofia, deu-lhe o título de Condessa de Torby e esse podia ser herdado pelos seus filhos.

FRANCISCO FERNANDO DA ÁUSTRIA E SOFIA CHOTEK



Talvez esse seja o maior exemplo de quando alguém joga as convenções da realeza pro espaço e escolhe seguir o coração: o príncipe herdeiro do trono austríaco apaixonou-se pela dama de companhia tcheca e brigou com meio mundo a fim de desposá-la. Os dois se casaram e tiveram três filhos. O preço foi alto: FF teve que assinar um documento onde dizia que Sofia nunca seria imperatriz e os filhos nunca estariam na linha de sucessão. Spoiler: os dois foram assassinados em Sarajevo (Bósnia) em 1914, evento esse que foi o estopim da 1ª Guerra. Maiores detalhes sobre a incrível história de amor clique aqui.

PAULO ALEXANDROVICH DA RÚSSIA E OLGA PALEY
 
Paulo Alexandrovich e sua amada Olga Paley

O grão-duque apaixonou-se perdidamente por Olga quando ela ainda era casada com o ajudante-de-campo Erich von Pistohikors e insistiu que seu sobrinho Nicolau II concedesse o divórcio a ela. O czar concordou mas impôs a condição que o tio não casasse com a mulher. Ele 'concordou': na primeira oportunidade trocou alianças com seu amor e os dois foram banidos da Rússia. Tiveram três filhos (Vladimir, Irina e Natália, os quais herdaram o sobrenome Paley). Olga recebeu o título de Condessa von Hohenfelsen de Leopoldo da Baviera e o título podia ser herdado pelos filhos do casal. Mais informações sobre Paulo e a história dele com Olga, clique aqui.

Quando se trata de casar por amor o negócio pode ser espinhoso... Que o digam esses casais! No entanto eles ficaram juntos mesmo com todas as represálias. Existem mesmo coisas que o dinheiro não pode comprar. Enfrentaram meio mundo de oposição, tormentas, desejos contrários... e não desistiram. Espero que tenham gostado. Até mais, pessoal!

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