domingo, 8 de outubro de 2017

Pelo direito de se expressar em público

Olá a todos! Na última semana li uma reportagem onde irmãos gêmeos (não dizia se eram idênticos ou não) foram agredidos por homofóbicos porque foram confundidos com um casal gay por estarem abraçados. Me pergunto por qual motivo tanta gente se autoproclama juiz e julga, condena e executa a sentença sem dó. Parece que vamos logo viver num estado de selvageria coletiva onde os achismos e opiniões pessoais serão maiores que a lei. Parece exagero (trocadilho não intencional)? Não!

Outros exemplos são o de mãe e filha agredidas física e psicologicamente por um homem em um shopping de Brasília depois de ele achar que as duas eram um casal de lésbicas. Não eram, mas ainda que fossem não mereceriam passar por essa situação. Outro exemplo foram pai e filho agredidos num evento pelo mesmo gesto de carinho que os exemplos anteriores (os dois estão vivos mas o pai teve um pedaço da orelha arrancado por uma mordida de um dos agressores). Agora não se pode mais abraçar ninguém em público por medo de sofrer ataque de gente que se sente ameaçada por ignorantes que pensam que seus modelos tão arraigadamente construídos se desfarão como castelos de areia quando vem a onda? Mãe, filha e o agressor foram à delegacia mas o caso delas (felizmente) não terminou tragicamente como o dos irmãos.

Abraço grupal do grupo One Direction. Imagem: Google Imagens

Somos criados com a ideia de que duas pessoas do mesmo sexo (principalmente dois homens) abraçadas é algo que não pode. Mas não pode por quê? Muita gente não se incomoda com o fato de duas mulheres abraçadas porém o mesmo não ocorre se forem dois homens (já falei algo sobre isso neste artigo). É tido como imoral, amoral e cia ilimitada. Mas é mesmo assim? Abraçar outro homem não vai tornar um homem menos viril/macho/sexo-forte ou algo do tipo mas os meninos desde sempre são levados a não demonstrar maior afeição uns com os outros principalmente em público. Como se isso fosse torná-los homossexuais (e não é assim que a banda toca)...

Os paladinos da família tradicional deveriam se incomodar mais com a própria vida em vez de querer bancar os justiceiros agindo em nome de uma entidade pré estabelecida como normal: a família comercial-de-margarina com homem, mulher e crianças. Abraços em locais movimentados nem pensar! Beijos no rosto então... Os árabes se cumprimentam com beijo no rosto, os argentinos também. E isso não fere a masculinidade deles por um motivo: não tem o que ser ferido! Se alguém aí faz disso uma questão, é uma pena. Ainda bem que esse não é o meu caso. Antes de dizer que estou levantando bandeiras digo que isso é uma opinião pessoal e não um manifesto em favor de causa A, B ou Z. O que eu tenho a dizer é: vai ter abraço em público sim!

Colônia de suricatos. Imagem: Google Imagens

Quantos mais precisam se atacados ou até mesmo mortos pra que as pessoas parem de ser tão imbecis?! Todos tem o direito de se expressar em público como bem entenderem. Se eles passam dos limites aí já é outra história. É importante ter bom senso e não confundir liberdade com libertinagem. Felizmente existem pessoas (homens e mulheres) que não estão nem aí pra opinião daqueles que acham que a noção de machos-alfa está ameaçada por conta de um gesto afetuoso. O fato é que um abraço não é motivo pra toda essa fúria e brutalidade manifestada principalmente nos últimos tempos. Nem vou entrar no mérito da questão dos benefícios físicos e psicológicos de um amplexo (tanto faz se nos seus pais, irmãos ou amigos). Abracemos mais, odiemos menos. Até mais, pessoal!

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