Olá a todos! Dando continuidade às homenagens ao Mês da Mulher falemos hoje de uma que sem sombra de dúvida foi uma mulher à frente do seu tempo em vários sentidos: Anastásia Mikhailovna da Rússia. Sendo um membro da realeza era de se esperar que ela fosse uma mulher fechada em si mesma totalmente cheia de pudores e normas engessadas de etiqueta. Mas nossa heroína adorava chocar a sociedade... Acompanhem a fascinante vida dessa fascinante mulher que definitivamente foi uma libertária.
Anastásia Mikhailovna (Анастасия Михайловна em alfabeto cirílico) nasceu em 28/07/1860 em São Petersburgo e era tratada na família por 'Stassie'. Seus pais eram o grão-duque Miguel Nikolaevich e da grã-duquesa Olga Feodorovna (nascida Cecília de Baden). Quando seu pai se tornou vice-rei do Cáucaso ela se mudou com a família para Tífilis (Geórgia) e foi criada lá. Enquanto o pai estava sempre ausente com as questões militares, a mãe educou a ela e aos irmãos com mãos de ferro. Sendo assim ela era o centro do carinho que os irmãos não tiveram dos pais. Era alta, magra, cabelo negro, olhos verdes orientais e falava alemão, inglês, francês e russo.
Com quase 18 anos seu casamento foi arranjado com Francisco Frederico, então herdeiro do ducado de Mecklemburgo-Schwerin (Alemanha). Apesar de todas as qualidades ele tinha saúde frágil: tinha asma e eczemas na pele que o obrigavam a ficar meses de cama. Imaginem a cara de horrorizada da nossa querida Stassie... Some-se a isso o fato de seus irmãos serem contra o casamento. Aí já viu! Mesmo assim o casamento se realizou e lá se foi ela a seu novo lar, lugar que ela particularmente detestava. Inclusive ela nunca escondeu isso e fazia questão de ficar o menor tempo possível por lá e o povo a detestava por esse motivo. A doença do marido era a desculpa perfeita pra isso: em busca de um clima mais quente e confortável pra ele, passava muito tempo na Itália e na França. Falava francês com o marido e inglês com os 3 filhos (isso mostra a antipatia insuperável que ela sentia pela Alemanha...). Em 1897 ele aparentemente sofreu um acidente e morreu, embora muitos acreditassem que na verdade ele se suicidou.
'Perdi o meu melhor amigo', disse Anastásia sobre a morte do marido |
Depois de enviuvar, ela curtiu a vida adoidado: se esbaldava em festas e cassinos, se bem que ela já era frequentadora de mesa de jogo quando ainda era casada. A despeito de sua idade (lembremos que pessoas com 40 anos em diante eram consideradas velhas na época) ela pintava e bordava nos salões. Mas sem dúvida o maior escândalo em que Anastásia se envolveu foi ter um filho com seu secretário pessoal Vladimir Alexandrovich Paltov. E pra disfarçar a gestação, haja criatividade: primeiro disse que estava com um tumor e prestes a dar à luz falou que estava com sarampo e precisava ficar de quarentena. Enfim Alexis Louis de Wenden nasceu e ela o criou sozinha. Já seus filhos mais velhos a essa altura estavam muito bem: Alexandrina virou rainha da Dinamarca enquanto Cecília se tornou imperatriz alemã e Francisco Frederico IV se tornou o chefe reinante do ducado de Mecklemburgo-Schwerin.
Virou amiga íntima de Félix Yussupov (que além de podre de rico ainda se casaria com sua sobrinha Irina Alexandrovna). Todos os dias ela visitava Félix em seu apartamento e lia jornais enquanto ele se trocava no quarto. E ai dele se não estivesse em casa: ela mandava os criados esquadrinharem Paris atrás dele até encontrá-lo (isso quando não era ela mesma quem virava a Cidade Luz do avesso à sua procura). Com a eclosão da I Guerra, criou-se um problema pra ela: não podia ficar na França por ser considerada princesa alemã nem na Alemanha (putz!) porque além de muita gente querer vê-la pelas costas ela era considerada princesa russa por lá. Lhe restou ficar na neutra Suíça (mais especificamente Lausanne). Morreu de trombose aos 61 anos em 11/03/1922 depois de participar de um baile.
FONTE: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Podemos dizer que Anastásia curtiu a vida adoidado: nossa heroína marcou época num tempo em que as mulheres só podiam ser quando muito esposas e mães com raras exceções. Viveu, amou, dançou como se cada dia fosse o último. A época que ela vivia era outra mas o cargo era o mesmo: princesa. E muita menina por aí pensando que ser princesa é fácil... A vida de Stassie mostra que a vida de uma era (e ainda é) bem diferente das visões romanceadas dos contos de fada. As filhas de reis e imperadores tem um sem número de protocolos a seguir principalmente se forem de uma dinastia reinante. Mas agora respondam-me: Anastásia Mikhailovna era ou não uma mulher incrível? Até mais, pessoal!
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