Olá a todos! 15 de abril de 1912: na madrugada desse dia o RMS Titanic ia a pique no Atlântico Norte. Talvez vocês não saibam com muita exatidão como foram os momentos finais do luxuoso navio, pois mesmo o filme tendo sido longo (mais de 3 horas) não daria pra exibir as minúcias da tragédia.
O NAUFRÁGIO
Às 23h40, enquanto navegavam a 640 km dos Grandes Bancos da Terra Nova,
os vigias do mastro, Frederick Fleet e Reginald Lee, avistaram um
iceberg bem em frente do navio. Fleet imediatamente tocou o sino de
alerta do mastro três vezes e ergueu o comunicador para falar com a
Ponte. Preciosos segundos se perderam até que o comunicador foi atendido
pelo Sexto Oficial Paul Moody onde Fleet gritou "Iceberg bem em
frente". O Primeiro Oficial William Murdoch
deu ao timoneiro Robert Hitchens a ordem de "tudo a bombordo"
(esquerda), e ajustou as máquinas para ré ou para parar, o testemunho
dos sobreviventes é conflituoso.
A proa do navio começou a deslocar-se do obstáculo e, 47 segundos após o
avistamento do iceberg, houve o choque. O iceberg "arranhou" o lado
estibordo (direito) do navio, deformando e cortando o casco, e soltando
os rebites abaixo da linha d'água por uma extensão de 90 m. Enquanto a
água entrava nos compartimentos dianteiros, Murdoch acionou o fechamento
das portas à prova d'água. O navio conseguiria ficar flutuando com
quatro compartimentos inundados, mas os cinco primeiros compartimentos
foram rasgados e estavam fazendo água. Os compartimentos inundados
faziam a proa do navio ficar mais pesada, causando a entrada de mais
água. Vinte minutos após a colisão, a proa já começava a inclinar. Além
disso, por volta de 130 minutos após a colisão, a água começou a passar
do sexto para o sétimo compartimento sobre a antepara que as dividia. O
Capitão Smith, alertado pelo solavanco do impacto, chegou à ponte e
ordenou parada total. Pouco depois da meia-noite de 15 de abril, após
uma inspeção feita por oficiais do navio e por Thomas Andrews, foi ordenado que os botes fossem preparados para lançamento e que sinais de socorro começassem a ser enviados.
Os operadores de rádio Harold Bride e Jack Phillips estavam ocupados enviando sinais de socorro CQD, e mais tarde SOS. Vários navios responderam ao chamado, incluindo o navio irmão do
Titanic, o
Olympic, porém nenhum estava perto o bastante para chegar a tempo. O navio mais perto a responder o chamado foi o
Carpathia, a 93 km de distância, que poderia chegar em quatro horas — tarde demais para resgatar todos os passageiros do
Titanic. O único local em terra que recebeu o pedido de socorro do
Titanic foi a estação de Cabo Race, em Terra Nova. Da ponte, as luzes de um outro navio podiam ser vistas no lado
bombordo. A identidade desse navio permanece um mistério até hoje, porém
há teorias sugerindo que o navio em questão era o SS
Californian.
Já que o navio não estava respondendo aos chamados do rádio, o Quarto
Oficial Joseph Boxhall e o Contramestre Rowe tentaram sinalizar com um
lâmpada Morse e mais tarde com fogos de artifício, porém o navio nunca
respondeu. O
Californian, que estava por perto e havia parado pela noite por causa do gelo, também viu luzes à distância. O rádio do
Californian havia sido desligado e o operador havia ido dormir. Pouco antes de ir dormir às 23:00, o operador do rádio do
Californian tentou avisar o
Titanic
de que havia gelo à frente, porém ele foi interrompido por um exausto
Phillips, que respondeu dizendo: "Cale a boca, cale a boca, estou
ocupado; estou trabalhando Cabo Race", referindo-se a estação de rádio
na Terra Nova. Quando os oficiais do
Californian
avistaram o navio, eles tentaram sinalizar com uma lâmpada Morse, porém
pareceu que não foram respondidos. Mais tarde, eles notaram os sinais
de socorro do
Titanic sobre as luzes e informaram o Capitão
Stanley Lord. Apesar de ter havido muita discussão sobre o navio
misterioso, que para os oficiais em serviço parecia estar se movendo
para longe, ninguém do
Californian acordou o operador de rádio até de manhã.
DEPOIS DA COLISÃO COM O ICEBERG
Às
0h05, o Comandante Smith reuniu os oficiais e informou-os
do ocorrido. Solicitou que os passageiros fossem acordados e que se
dirigissem ao convés onde se encontravam os botes salva-vidas para serem
evacuados. Sabiam que o número de botes era suficiente para apenas
pouco mais da metade das pessoas a bordo e por isso pediu para não haver
pânico. Os empregados começaram a passar de cabine em cabine na
primeira e segunda classes, acordando os passageiros, solicitando para
colocarem os coletes salva-vidas e se dirigissem ao convés dos botes
imediatamente. Enquanto isso, os passageiros da terceira classe
permaneciam reunidos e trancados no grande salão da terceira classe
junto à popa
(parte de trás do navio). Muitos passageiros revoltaram-se, e alguns
aventuraram-se pelos labirintos de corredores no interior do navio para
tentar encontrar outra saída. Alguns conseguiram escapar com vida, mas
muitos deles acabaram sepultados dentro do
Titanic. A evacuação havia sido feita de acordo com as classes sociais a que os passageiros pertenciam, valor até então aceitável.
Às
0h31, os botes começam a ser preenchidos com "mulheres e
crianças primeiro". Os primeiros botes foram lançados sem alcançar a
lotação máxima. Lightoller segue com rigor as ordens de embarcar somente
mulheres e crianças. Entretanto, a estibordo do navio o Primeiro
Oficial Murdock permitia a entrada de homens solteiros e casais nos
botes, após a entrada de mulheres e crianças, e fazia os botes descer
completamente cheios, mesmo com homens, e, por isso, muitos homens que
se salvaram devem a sua vida a esse oficial. Alguns sobreviventes
relataram que a sensação ao caminhar no convés de botes era como a de
estar descendo um monte.
Como o navio mais próximo não respondia nem aos sinais do telégrafo nem aos sinais da lanterna, às
0h45
o Capitão Smith manda disparar os foguetes de sinalização. É arriado o
primeiro bote salva-vidas nº 7, com apenas 27 pessoas. A fim de evitar o
pânico, o capitão solicitou que a orquestra de bordo viesse tocar junto
ao convés dos botes para acalmar os passageiros. A tradição diz que a
banda foi para o fundo a tocar "
Nearer My God to Thee". Segundo o testemunho do segundo operador de rádio, estava a tocar "
Autumn", um hino episcopal.
Enquanto isso, Thomas Andrews tentava ajudar do jeito que podia,
ensinando os passageiros a porem os coletes salva-vidas, mesmo sabendo
que seu esforço não salvaria muitas vidas.
Às 1h25, a inclinação do convés fica maior. Ordens são dadas para que
os botes desçam mais cheios. Thomas Andrews, o engenheiro-chefe, ajuda
na decida dos botes fazendo com que eles sejam devidamente cheios. A
água já atinge o nome do Titanic pintado na proa. O navio começa a se
inclinar para bombordo. Andrews é visto pela última vez na sala para
fumantes da primeira classe.
Enquanto que nos primeiros botes tinha que se implorar para que as
pessoas entrassem, fazendo muitos deles descer praticamente vazios, nos
últimos o tumulto era bem visível. Relatam-se tiros para conter os mais
afoitos. Faltando pouco mais de dois botes para deixar o navio, os
passageiros da terceira classe são liberados. Restavam apenas esses dois
botes e os dois desmontáveis que ficavam junto à base da primeira
chaminé. Devido a confusão, Lightoller sacode sua pistola no ar e
provavelmente atira para manter o controle durante a decida do
desmontável ´´D``. A água gélida já invadia os conveses quando os botes
desmontáveis conseguiram ser lançados.
Às
2h05, é arriado o último bote salva-vidas, o desmontável "D", com 44 pessoas. Às
2h10,
é enviado o último sinal pelos telegrafistas. O Capitão Smith ordena
"cada um por si" e não é mais visto por ninguém. Já com a proa
mergulhada no mar e a água a atingir o convés de botes, o pânico é
geral. Heroicamente, os operários da sala de eletricidade resistem até
ao final para manter as luzes enquanto podem. Às
2h18, as
luzes do navio piscam uma vez e depois apagam-se para sempre.
Na primeira chaminé, os cabos de sustentação, não aguentando mais a
pressão sobre eles, rebentam, e a chaminé tomba na água, esmagando
dezenas de pessoas nos convés e na água, inclusive, John Jacob Astor IV,
homem mais rico no navio. O mesmo acontece com a segunda chaminé. A
inclinação do navio chega aos 19° e a água gélida avança rapidamente,
arrasando tudo o que há pela frente. Muitos são sugados pelas janelas
para dentro do navio pela força das águas. A popa do
Titanic
sobe, mostrando suas imponentes hélices de bronze. Quando a inclinação
chega ao 29°, maior fica a pressão exercida no centro do navio, que não
suportando a pressão, sofre ruptura do casco junto à terceira chaminé,
dividindo o barco em dois. A popa, pesando vinte mil toneladas, desaba
por cima de dezenas de passageiros, esmagando-os. Quando a proa
submerge, arrasta a popa, deixando-a na vertical; segundos depois, a
proa desprende-se da popa e mergulha para as profundezas. A popa então
sobe alguns metros e fica parada. Muitos passageiros se seguram como
podem, enquanto alguns, não aguentando, caem violentamente entre as
ferragens da popa em vertical. Depois de dois minutos emersa, a popa
começa a descer, levando consigo dezenas de passageiros. Às
2h20 o navio mergulha a pique pelas profundezas do oceano.
CURIOSIDADES
14 anos antes da trágica viagem, um escritor de nome Morgan
Robertson (n. 1861 - m. 1915) escreveu um livro dramático intitulado
Futilidade (Original:
Futility, or the Wreck of the Titan), que narrava a história de um navio de nome
Titan,
considerado indestrutível, que em uma noite fria de Abril - tal e qual
como foi com Titanic - choca-se com um iceberg e afunda. O mais
assombroso é que tanto o número de mortes referido na história, como a
capacidade do navio fictício, e a maioria das características técnicas
do
Titan eram exatamente iguais às do Titanic. Para muitos, não
passou de uma estranha e arrepiante coincidência e, para outros, terá
sido uma premonição e, consequentemente um aviso deixado por Morgan sobre o desastre.
Supõe-se que se a colisão do Titanic com o iceberg tivesse sido
frontal, apenas um compartimento ou no máximo 2 teriam ficado
destruídos, sendo que o fecho das comportas automáticas solucionaria o
problema, e a viagem poderia prosseguir normalmente.
Também se supõe que, caso o iceberg tivesse sido visto meio minuto antes, a colisão teria sido evitada.
Ao ter sido visto o iceberg, o 1º Oficial ordenou a inversão de
marcha dos motores do navio. Porém, à velocidade a que o navio navegava,
mesmo o inigualável poder de torção para as hélices de seus motores não
era suficiente para parar 46.000t que seguiam a 21 nós, naquele curto
espaço que distava o Titanic do iceberg. Contudo, se tivessem mantido a
os motores em marcha normal a todo o vapor, e simplesmente tivessem
virado o leme, à velocidade que iam o Titanic teria se desviado do
iceberg, conseguindo contorná-lo e assim evitar a colisão, sendo apenas
necessário corrigir depois a direção que o Titanic tomaria.
Popularmente acreditava-se que os vigias no cesto do mastro deveriam
ter binóculos, em decorrência do fato de que iriam passar numa zona de
icebergs. O não fornecimento do material gerou duras críticas por parte
de entusiastas desinformados, alegando que os vigias tiveram de
trabalhar à vista desarmada. Havia quem acreditasse ainda que com os
binóculos, os procedimentos de emergência poderiam ter sido efetuados
muito antes, pois o iceberg teria sido visto ao longe. Hoje já é de
conhecimento geral o fato de que em noites como a que o Titanic afundou,
os marinheiros não procedem com o uso deste equipamento, visto que em
decorrência das miragens oceânicas o mesmo se torna impreciso e
enganoso, sendo mais seguro fazer a vigia a olho nu.
Na altura da colisão, a tripulação do Titanic pareceu ter avistado
luzes no céu e no mar que, seriam do navio SS Californian, menor, a
cerca de 16 km (cerca de 8 milhas marítimas). O Titanic lançou fogos de
artifício para pedir ajuda e, o outro navio pareceu aproximar-se. Porém,
as luzes desapareceram de repente. Consta que seria o Californian, que
se recusou a ajudar o Titanic.
O caso do naufrágio gerou um filme de enorme sucesso, que também se chama Titanic estrelado pelo premiado ator norte-americano Leonardo DiCaprio.
O navio utilizado no filme, é idêntico ao que naufragou, porém, a
embarcação que foi utilizada nas gravações, é 10 metros menor que o
navio original.
FONTE: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Como se vê, esse não é o tipo de centenário que se possa comemorar. Mais de 1500 pessoas morreram na maior tragédia naval da História. Foram feitos 10 filmes sobre o ocorrido (o primeiro ainda em 1912, um pelos nazistas - acreditem se quiserem - em 1943, e o último e mais famoso, com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet nos papéis principais, com direito a relançamento 3D nesse ano, em 1997). Esse romance terá sido real ou apenas ficcional? Não existem passageiros com os nomes de Rose DeWitt Bukater e Jack Dawson na lista de passageiros, mas a história de amor dos dois pode ter acontecido com pessoas que estavam lá e que tinham outros nomes. Mas isso é só especulação... A curiosidade mais arrepiante de todas é que o livro de Robertson relata circunstâncias iguais (ou extremamente parecidas) às da vida real 14 anos depois. Premonição? Coincidência? Não sei. Bom, esperamos que uma tragédia como essa não se repita nunca mais. Até mais, pessoal!