Vitória Melita de Saxe-Coburgo-Gota nasceu em Malta e era filha de Alfredo de Edimburgo e de Maria Alexandrovna Romanova. Tinha o apelido de 'Ducky' (patinha, em português). Era descrita como alta e morena com profundos olhos azuis (ou violetas, a depender da fonte).
Cyril Vladimirovich Romanov nasceu em Czarskoye Selo e era filho de Vladimir Alexandrovich e de Maria Pavlovna. Como neto direto de um czar tinha o status de Sua Alteza Imperial. Após a morte de Nicolau II, último imperador russo, e seu filho Alexis, ele se auto proclama 'Czar e Autocrata de Todas as Rússias'.
Bem, vamos aos fatos: o distinto casal se conheceu numa situação nem um pouco romântica: um enterro. A princesa havia ido à Rússia devido ao falecimento de Alexandra Georgievna, esposa do seu tio Paulo Alexandrovich. Foi atração à primeira vista mas tudo conspirava contra: a Igreja Ortodoxa Russa proibia o casamento entre primos de primeiro grau (a mãe dela era tia dele). E mesmo que permitisse a mãe dela era terminantemente contra pois não considerava os Romanov bons maridos. Então tratou-se de procurar um marido considerado adequado. Uma vez ela foi visitar a avó paterna, a rainha Vitória da Inglaterra, e essa visita coincidiu com a de seu primo pelo lado paterno Ernesto de Hesse (apelidado 'Ernie'). A monarca percebeu a afinidade entre os netos e começou a fantasiar com o casamento deles. E foi o que aconteceu, em 1894. Mas a união de Ducky e Ernie não seria um mar de rosas. Bem longe disso...
Ducky e Ernie no dia do seu casamento; a pequena Ella em 1901. Fotos: Wikipédia |
A afinidade dos dois enquanto primos não foi a mesma enquanto cônjuges. Brigavam muito e era comum voarem xícaras, pratos e o que mais estivesse por perto (se duvidar até mesas) durante suas batalhas. Mas a gota d'água foi quando Melita (prefiro chamá-la assim pra não confundir com a avó) teria pego o marido na cama com um dos seus empregados! O casal se divorciou em 1901 e a guarda de sua filha Isabel (apelidada 'Ella') foi compartilhada por ambos os pais porém a menina preferia o pai. Ella morreu aos 8 anos em 1903 de febre tifoide (embora teorias conspiratórias sustentem que ela teria por engano comido uma refeição envenenada destinada a seu tio Nicolau II).
Depois de ver-se livre decidiu que era hora de ser realmente feliz e unir-se ao seu Cyril. Ele sobreviveu por muito pouco à Guerra Russo-Japonesa e só pensava em casar com a prima. Ah, l'amour... Claro que novamente as coisas não se mostrariam fáceis: ela era uma divorciada e o fato por si só era um grande escândalo. Além disso a mãe de Cyril o aconselhou que se ele quisesse ficar mesmo com a amada, que ficasse, porém jamais como esposa. Além do mais havia Alexandra, esposa do
Melita, Cyril e os três filhos. Foto: Wikipédia |
Em 1933 Melita descobriu que Cyril lhe havia sido infiel. Não se divorciou contudo não o perdoou. Ela ficou devastada, afinal foi difícil acreditar que o homem por quem ela brigou com meia família pra se casar havia enfeitado sua cabeça. Morreu com a mágoa da traição em 1936. Cyril morreu em 1938 com saudade da mulher de quem ele tanto dependeu. Essa é mais uma daquelas histórias que tinha tudo pra terminar como nos contos de fadas mas aqui não houve o 'felizes para sempre'. Traição é realmente difícil de engolir e ainda mais difícil de perdoar. Nessas horas a gente pensa se realmente existem casais perfeitos... Os primos tinham todas as ferramentas pra isso porém não foi o que ocorreu. Bem, espero que tenham gostado da história. Até mais, pessoal!
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