Hoje quero falar de assunto espinhoso: a arrogância. Ela pode ser definida como um 'orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas'. É isso mesmo que acontece. A criatura se acha mais do que o que realmente é e se sente o centro do Universo (será que tem mesmo um centro?). Olha tudo e todos de canto de olho, vive de nariz em pé pra qualquer coisa e acha que o mundo lhe deve obediência. Lamento informar aos que assim se consideram que eles estão redondamente enganados. Ninguém nesta terra está acima do bem e do mal. Arrogância não leva a nada. Aliás, leva: à própria ruína! Uma vez uma professora disse 'Dê dinheiro e poder pra alguém e você sabe quem realmente é a pessoa'. Faz sentido... Se alguém já era arrogante antes, quando pobre, imagine rico e poderoso. Se a pessoa já for humilde pobre será humilde rica e vice-versa. Ninguém muda assim radicalmente do dia pra noite; isso já está na sua raiz, na sua essência.
Na Bíblia, um dos vários exemplos exemplos que mostram arrogância é esse:
"Se entrar na vossa reunião algum homem com anel de ouro no dedo e com traje esplêndido, e entrar também algum pobre com traje sórdido, e atentardes para o que vem com traje esplêndido e lhe disserdes: 'Senta-te aqui num lugar de honra' e disserdes ao pobre: 'Fica em pé, ou senta-te abaixo dos meus pés', não fazeis, porventura, distinção entre vós mesmos e não vos tornais juízes movidos de maus pensamentos?"
Tiago cap. 2 vv.2-4
A seguir, um exemplo crasso de arrogância relativo à posição social de alguém.
O casal da foto é o arquiduque austríaco Francisco Fernando da Áustria e sua esposa Sofia Chotek. Os dois se conheceram num baile em 1894. Ela era dama-de-companhia de Isabel de Croÿ, esposa de Frederico, primo de Francisco Fernando. Pensava-se que o arquiduque estava interessado numa das filhas dos dois e foi um escândalo quando a paixão dos dois foi descoberta. Se casaram em 1899 sob pesadas condições: a união seria morganática (quando um príncipe/princesa ou rei/rainha se casava com algum nobre ou plebeu) e seus descendentes não teriam direito de sucessão ao trono; Sofia não teria direito ao status, títulos, precedências ou privilégios dos quais Francisco Fernando gozava; também não poderia aparecer em público ao lado do marido, andar na carruagem imperial ou sentar-se no camarote imperial. Os dois foram assassinados em 1914 e seus velórios demonstram a que extremos de arrogância se pode chegar. Em vida, Sofia foi bastante humilhada pela corte austríaca e em morte também não foi diferente: o caixão de Sofia pôde ser colocado ao lado do caixão do marido. Entretanto a urna de Francisco Fernando, maior e mais ornamentada, foi instalada numa altura 20cm superior à urna da consorte e enquanto o corpo do ex-herdeiro portava todas as sua condecorações a espada cerimonial e a coroa arquiducal, o corpo de sua 'esposa morganática' portava apenas um par de luvas brancas e um leque negro - símbolos das damas-de-companhia da corte. Tudo porque um membro da realeza não podia, pelo protocolo de etiqueta real da época, casar com alguém que não fosse também da realeza. Muito arrogante humilhar alguém assim por causa da sua condição. Afinal, quando morremos, todos temos o mesmo destino: a sepultura! Do que adianta se sentir melhor que todos ao redor quando na verdade você não o é? Lembrem-se da frase: a soberba precede a ruína. Até mais, pessoal!
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